O regresso a Casa

Vamos ser realistas, foi muito (mas mesmo muito) melhor o resultado do que a exibição...

Foram 70' confrangedores que assistimos no Domingo. A Nossa Equipa entrou nervosa, sem fio de jogo e a não conseguir impor-se, contra uma fraca mas organizada equipa do Estoril. Incapaz de ser uma Equipa dominadora nesta fase da época, deveríamos pelo menos, na minha opinião, ter uma organização defensiva digna desse nome. Infelizmente, isso actualmente não acontece. É preocupante a forma fácil como, nesta altura, já com jogos "a doer", os adversários criam jogadas de perigo para a Nossa baliza... O que anteriormente era uma "linha" defensiva, actualmente é um "S"; Os espaços deixados entre o central e o lateral são erro recorrente; A falta de pressão e de coberturas em zona frontal preocupa-me bastante, ainda para mais quando num dos jogos jogaram Fejsa/Samaris (2 jogadores de cariz defensivo) e noutro Fejsa/Pizzi (nas posições 6 e 8 respectivamente - como no esquema táctico do ano passado), e as vezes que permitimos remates frontais sem qualquer tipo de oposição é absurda; Aquelas saídas para o ataque, feitas pelos centrais, sem as compensações devidas, para depois perdemos a bola (como aquela do Luisão aos 47'), que depois só não dá golo por "milagre" do Júlio César; A falta de apoio aos extremos também não passa despercebida, e, muitas são as vezes que tanto Ola John como Gaitán recebem a bola com o marcador directo em cima mais a cobertura, e ninguém a quem dar a bola no raio de 6 metros... Ou o mister arranja dinâmicas para haver alguém ali a fazer a triangulação e sair da pressão a jogar, ou então vai ser difícil...

Se aliarmos isto tudo, ao facto de ainda não conseguirmos jogar em bloco, de não "bascularmos" de um flanco para o outro de forma unida, de modo a encurtarmos os espaços e acções dos adversários (isto defensivamente); E ainda, ao facto de não termos uma dinâmica de trocas de bola com combinações rápidas e de não conseguirmos fazer uma pressão constante, com bola, e de não "cairmos" em cima dos adversários durante uma larga maioria do tempo e de forma continuada (ofensivamente), são, para mim, os principais defeitos e os aspectos negativos do Nosso "jogo". 

De positivo: As substituições!! Arriscou, mas correu bem. Todos Nós pensámos o mesmo, quando vimos que o Víctor Andrade ia entrar: "Foda-se!!! Mas porque é que este gajo vai meter este puto que nem sequer 1' tem na equipa principal??? Nem sequer ao estágio foi???". Certo?

O Pizzi estava a ser horrível e precisava-mos de alguém para "mexer" com o jogo. Leu bem aqui o Rui Vitória. Muito arriscado mas o miúdo entrou com  o gás todo, meteu velocidade, levou umas "bordoadas" valentes que até levantou os pés do chão (2 vezes!!), assistiu para golo e não se escondeu, assumiu sempre que teve bola. O Talisca, ao contrário do que vinha sendo habitual, mostrou-se assertivo nas acções e deu-Nos o que estava a faltar com Pizzi... Qualidade de passe. 

Depois de chegarmos ao 1º golo, tudo se alterou. Passamos a ter mais espaço e aí já se viu boas movimentações ofensivas. O 2º golo não tardou a aparecer e o Estoril caiu por completo. Aproveitámos, e bem, a quebra anímica do adversário e marcámos mais 2 golos (o último numa jogada muito bem delineada), que espero que sirvam de tónico para os próximos jogos.

Gostei: Da entrada do Víctor Andrade, do Jonas (incansável) e... do Júlio César.

Não gostei: Do Pizzi (muito mau...) e do Mitroglou. Teve bem no golo, foi frio e desbloqueou o jogo, mas... Muito apático, não ajudou nada defensivamente e não mostrou intensidade. Espero que seja apenas por não estar bem fisicamente e não por falta de... Atitude.

Homem do jogo: Para mim: O "Imperador"!!! Absolutamente decisivo. Aquela defesa aos 47' vale mais do que um golo.

Resumindo, espero que este resultado (e os golos) Nos dêem o impulso necessário e uma motivação extra, para disfarçarmos as lacunas que ainda apresentamos e apesar disso continuarmos a somar vitórias. Porque não há nada melhor para combater as adversidades do que as Vitórias!!!!